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2.11.06

Poesia - O trabalho da angústia, do primeiro ego.


O LADO ESCURO DA LUA
Polak

Deixe-me ir
Sorrir pela minha solidez
Contornar o contorno
Em torno de seu coração

Pisar em terras secas
Umedecer corpos secos
Deitar em berços desconhecidos
Pulsando pálido, mirrado de amor...

-

Outono é estação das folhas
Caídas, apáticas como tu
Inverno é frieza na alma
Vento minuano a me congelar

Devastando culpas e meas verdades
Salgados enganos em perversidades
Mocidade tola deleitando o corpo
Gozando afoita, a brevidade de ser

-

Sou entre os pinheiros, o mais alto
Entre os cordeiros, o mais safo
Entre os homens, o mais devasso
Pesadelo das putas e das donzelas

-

Deixe-me ir
Navegar por outros sertões
Embriagar as multidões
Com melancolia e tristeza

-

Sou entre os que cantam, o que se cala
Entre os que silenciam, o que mais fala
Entre os perdidos, o que se encontra
Eu sou a ponta da faca no peito, eu sou a ponta

Airton Polak Junior

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