Pesquisar este blog

14.10.10

meninas são estrelas



amei estrelas
estateladas pelo chão
cadentes, caladas
na palma da minha mão

atirei no corpo dela
no centro do coração
na liga frágil da alma
que pende para a paixão...

amei meninas
trôpegas , nas calçadas tão sujas das ruas
cada uma era como se fosse uma
aquela que não se esqueceu!

tão frágeis, meninas serenas
boêmias por profissão
bucólicas por natureza
tímidas por pretensão!

amei estrelas e meninas
brilhos vários e vazios
cada lembrança era uma cadência
cada coincidência , um rastro de um destino sombrio...


Polak

ÁGUA


no faro fino
o fino vão
que separa

que une
as mãos
e as línguas

a alma
grita
a lua que míngua

o corpo
seca
o sol que arde

a mão que une
desune
desapropria

a própria alma
silencia
a lua enche

nos olhos úmidos
águas cheias de dor
que caem não sei de onde...

Polak

7.10.10

CHINA



o gado sacia
a fome
no verde pasto

o vasto do
campo é
lindo no amanhecer

a china
me dá chamego
pela tardinha

e canta
canções tão lindas
no anoitecer

é bela
a voz da
morena

é paz
para o meu
coração

na primavera
lhe trago
flores

e os meus
desejos
no verão

a china
fica
faceira

na beira
do
ribeirão

refresca
seu corpo
doce

nos braços
do
rapagão

e deita
com a face
em meu peito

iluminando
o meu leito
sem o fogo do lampião

Polak

dois pólos




as minhas
carências
e os meus
excessos
me deixam
repleto
e completamente
vazio


Polak

TUA ESTRELA



tua estrela
é tua
brilha em teu corpo
nua!

sua
o suor dos astros
escorre em bruma
no calor de teu corpo...

a lua
assiste a tudo calada
alada em desejo
presa em alucinação!

tua estrela
é filha da lua?
ou é fruto
da imaginação?


Polak

Pedaços do coração do poeta



espere o sonho
transformar-se em realidade
a tristeza em felicidade
o amor em saudade
a fazenda em cidade
tudo o que for antigo
na mais perfeita modernidade
faça da sua timidez
a sua mais selvagem vaidade
da preguiça, a vontade
de morder os lábios e se entregar para mim!
estar comigo, mesmo que distante
seguir adiante, parar
voar sem sair do chão...
espere o trigo se fazer em pão
nuvem em algodão
no toque sincero e áspero
na frieza farta
do toque das mãos ausentes
no calor ardente
do encontro do nosso olhar!
a frase só se faz
recheada de palavras
poemas são pedaços
do coração do Poeta

Polak

SONHOS DE ETERNIDADE




os sonhos da eternidade
em amores êfemeros sem amanhã
manhãs apáticas, desiludidas
interrompendo o futuro, que passa no colo de Iansã...

a gente vai andando, vai passando
passeando em corpos, dormindo em corações
suavizando almas, proporcionando emoções
vivenciando as areias da vida, os grãos das nossas paixões!

em meio aos labirintos, encontramos direções
atalhos e movimentos falsos, decepções
percepções alheias, passos opostos
são tantos os caminhos tortos...

sigo reto, obsoleto e farto
e arde o peito de paixão e dor
dos grãos de areia tateados pelos olhos
o caminho da lágrima é a estrada do amor!