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28.6.07

FLOR DA NOITE






Varreduras nas calçadas
De ódio, vingança e rancor
Varre bem que logo chega
Passa puro o meu amor...

Leves passos, decididos
Suaves, repletos de cor
Um sorriso tão bonito
E o cheiro tão doce da flor!

Varreduras nas calçadas
Vai passar minha paixão
Não quero cisco, sujeira
Apenas pétalas pelo chão

Serena, vem como a garoa
Garota dos olhos de ouro
Da alma, dos sonhos, estrelas
Teu corpo é um tenro tesouro...

Varreduras nas calçadas
Meu amor se vai agora
Veio como um grão de luz
Na escuridão se vai embora

Flor da noite, dos mistérios
Do amor e da paixão
Abandona o teu amado
Despedaça um coração...

Polak

29.5.07

LARANJAL





Escasseado, meio alaranjado
Descascado e morno entre os laranjais
Angustiado entre as folhas verdes
Preso a natureza desta tua terra....

Destas terras roxas que pisei os pés
Brotam as laranjas, ácidas manhãs
Entre as sementes que plantei ao sol
Regando com a água deste meu olhar

Cada pranto meu, o fruto na pele sentia
A laranja crescia , e era farto o brotar, maravilha

Bendito aos paladares que não sentiram as lágrimas
Que foram os alimentos para a vida raiar...



-



E raiou a vida entre raios laranjas
Entre as folhas verdes e o chão

As saudades, sementes palantadas
Nascendo desta solidão...



Entre a brisa e o vento
O chacoalhar dos galhos, o passar do tempo


As folhas caindo, laranjas ao chão
A colheita dos frutos da minha emoção...



Polak





Sinto



Sinto-me Ilha de dor
Cercado de dissabor
Inerte aos sabores da vida

Sinto-me suja flor
Despedaçando em rancor
Os odores falsos da vida

Sinto-me poço fundo, sem fundo
Imundo e seco
Cimento cinza sedento de vida

Sinto-me caminho falso
Labirinto escondido
Confuso, os caminhos da vida

Sinto-me pó, poeirinha
No canto morno da gaveta emperrada
Sozinha, calada nas madrugadas da vida

Polak

FOLHAS DE OUTONO



ressalto flores
rastreio sonhos
fustigas almas
clareando escuros...

fogueiras acesas
corações incendiados
a chama da vela, o dourado
o centro do fogo acenando a luz...

-

ceifam bons sentimentos
os andarilhos da dor
pisoteiam miúdos peitos
envoltos em lua e em flor...

as flores de maio, suas folhas
se foram nos ventos do outono
seus galhos, raízes, persistem
fenece a semente plantada...

a gélida geada
feito o fogo também arde
afogando afagos, carinhos
nos clarões inóspitos das sombrias cavernas

tudo é sonho, são nuvens nas minhas mãos
imagens distantes da concreta ação
revelam as frustrações, devaneios
anseios dos seios, dos seios da dor

revogo amores
imploro os fatos
esclareço os boatos
e as beatas fofocam...


Polak